domingo, junho 10, 2012

Dia de Portugal

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía."
Luíz Vaz de Camões 

Hoje é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Hoje é o dia em que podemos mostrar que temos ainda algum amor pela nossa pátria, pelo nosso passado e confiança num futuro melhor. Portugal já viu melhores dias, mas também já vivemos dias bem piores. Actualmente queixa-se muito e fazê-se pouco, antigamente queixa-se muito e fizemos muito. Deixamos as nossas terras e partimos à descoberta de um Novo Mundo, começamos com a globalização, trouxemos nova vida a uma Europa velha e caída nas trevas da Idade Média. Deixamos a nossa marca em muitos pontos do Globo. A Língua de Camões é falada por mais de 250 milhões de pessoas, fazendo do Português a sexta língua mais falada no mundo.
Como é que durante um tempo tivemos um grande império, e agora somos um país pequeno!? Talvez foram as más politicas, talvez fosse o destino, talvez fosse o facto de sermos fracos, talvez fosse o facto de não nos sabermos impor, talvez foi culpa do povo português. Mas isso tudo é passado, passado que não se pode mudar, passado que viverá para sempre connosco seja mau ou bom. O que nos devemos preocupar agora é viver o presente e tornar o futuro melhor.
Estamos em crise, mas já vivemos muitas, talvez piores, os nossos avós/pais viveram tempos muito piores do que nós, e no entanto sobreviveram e estão aqui, eles souberam lutar pelo seu futuro, eles souberam trabalhar, eles souberam fazer crescer um país.
Está na hora de deixarmos o pessimismo de lado, está na hora de lutar, trabalhar, e deixar de reclamar. Há coisas que estão mal e só vão ao sitio com trabalho. Há coisas que estão bem e que merecem ser mostradas. Não vejam só o lado negativo de Portugal. Somos um país tão pequeno, mas com tantas coisas, tantas oportunidades, temos que nos fazer ver novamente ao Mundo, Portugal não está morto, está bem vivo, mas precisa de vocês Portugueses. Um País não se constrói sem um povo, um país não vai para a frente se o povo não quiser.
Não é só nestes dias que devemos mostrar amor pela pátria, não é porque somos mal governados que temos que virar as costas ao país que nos viu nascer e crescer. O Povo Português precisa de gostar mais de si próprio, precisa de gostar mais da sua Terra. Juntos podemos seguir em frente, podemos voltar a ser grandes, poderemos voltar a ser respeitados, só precisamos que nos respeitemos primeiro.

6 comentários:

  1. Querido amigo Fábio,

    Perdoe-me a licença sem sua prévia autorização, mas tomei a liberdade de copiar o seu texto e publicá-lo no meu blog como uma homenagem singela ao nobre povo português.

    Abraços!

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  2. "Camões e a tença"

    Irás ao paço. Irás pedir que a tença
    Seja paga na data combinada.
    Este país te mata lentamente
    País que tu chamaste e não responde
    País que tu nomeias e não nasce.

    Em tua perdição se conjuraram
    Calúnias desamor inveja ardente
    E sempre os inimigos sobejaram
    A quem ousou ser mais que a outra gente.

    E aqueles que invoscaste não te viram
    Porque estavam curvados e dobrados
    Pela paciência cuja mão de cinza
    Tinha apagado os olhos no seu rosto.

    Irás ao paço irás pacientemente
    Pois não te pedem canto mas paciência.

    Este país te mata lentamente.

    Sophia de Mello Breyner Andresen

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    Respostas
    1. Belo poema da Sophia, uma grande poetisa que nem sempre teve as devidas homenagens, e teve o azar de morrer no jogo inaugural do Euro 2004, o que fez com que a sua noticia passe-se ao lado.
      Mas é verdade o que ela diz neste poema "Este país te mata lentamente." não temos orgulho na nossa cultura, em nós próprios.

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