Esta música, e peço que escutem a
letra da musica com atenção, foi tocada pela primeira vez no Coliseu de Lisboa e depois no Coliseu do Porto (ou vice-versa) este ano, é do grupo
Deolinda (para quem não vive em Portugal e não tem contacto com a musica/cultura portuguesa é um grupo recente que canta Fado de forma, diria eu, diferente do Fado Tradicional cantado pela famosa Amália, mas que não deixa de ser Fado, e eu particularmente gosto bastante do grupo).
Agora vamos ao ponto pelo qual decidi escrever este post, e tornar esta musica ainda mais falada, pois é, esta música desde que foi tocada/cantada pela primeira vez teve um enorme sucesso, os Deolinda já disseram que não esperavam que tivesse o sucesso que tem. Este sucesso deve-se particularmente ao facto de a letra da musica tratar de coisas que afectam a Sociedade Portuguesa na actualidade, "geração sem remuneração"; "é uma sorte eu poder estagiar"; "para ser escravo é preciso estudar"; "geração casinha dos pais"; "geração vou queixar me pra quê?", fomos, e eu digo fomos, nós os jovens licenciados ou não, apelidados de Geração à Rasca, e esta musica é considerada o Nosso Hino.
Já escrevi diversas vezes sobre
Portugal, e esta vai ser mais uma vez, sem duvida
Portugal é um país bonito, cheio de tradições/monumentos, por vezes esquecidos, somos pequenos, mas mesmo assim temos de tudo um pouco. E como temos um pouco de tudo, calhou nos talvez um pouco grande no que diz respeito a políticos (os partidos políticos deviam de se preocupar em apresentar ideias construtivas e deixar de andar em guerras de politiquice), corrupção (mais que muita daquela que já se sabe), injustiças (digo antes falta de justiça, ou demasiadas leis sobrepostas). Este
Hino da
Geração à Rasca tem originado diversos movimentos sociais, muitos deles aparecem pelo Facebook, como a manifestação do dia
12 de Março marcada em diversas cidades portuguesas de norte a sul e ilhas, parece que fez acordar os jovens que estavam um pouco adormecidos, falo também por mim, não é que não se apercebessem dos factos, mas nada fizeram para mudar isso, dia 12 parece que isso vai mudar,
nós jovens vamos nos fazer ouvir.
Há meses que digo que este país precisa de um abanão, daqueles bem fortes, precisamos de encontrar um novo rumo, os Políticos portugueses (e atenção não critico só o governo) falam, falam e falam, mas na hora H não fazem nada, são iguais aos outros, os partidos precisam de ser renovados, precisam de novas ideias, para isso é preciso que os jovens se envolvam mais na politica, a mudança dos partidos tem que partir de dentro, só mentes novas podem trazer mudança. Há muitas vozes contra o governo, não gosto muito do Sócrates é verdade, mas também lhe reconheço um certo mérito em certas reformas/medidas, será que o Passos Coelho faria melhor!? A minha resposta é NÃO, o País está mal, muito mal, isto não vai ao sitio de um momento para o outro, é preciso tempo, mas é falta de tempo/paciência que os portugueses mais sofrem.
Nós, Portugueses, temos de nos ajudar também, o Estado não existe para nos dar dinheiro, nos sustentar, tanto que não existe para isso que estamos no estado em que estamos, à beira da banca rota. Há muitas pessoas a viver às custas do Estado, muitas delas até estrangeiras, estas pessoas que recebem do dinheiro dos contribuintes deviam fazer algo de útil para a sociedade, porque esta não é só uma crise económica, é também uma crise social. Os Portugueses precisam de ser mais activos, deixar de se conformar com aquilo que lhe aparece à frente, mas há medidas que precisam mesmo de ser tomadas, não vale a pena fazer greve (e eu não sou contra greves).
Faço parte desta Geração à Rasca sei que o mais provável é que quando acabar o curso daqui a um ano e meio o país esteja na mesma situação, e eu vá parar ao desemprego, mas quando chegar a essa altura caso isso aconteça não vou ficar de braços cruzados, irei tentar um negócio, ou talvez prosseguir para mestrado. Temos de abrir os olhos, até em tempo de crise podem aparecer grandes oportunidades, não podemos parar, temos de continuar a remar contra a maré, melhores dias virão. Dia 12 lá estarei na Avenida da Liberdade, para rumar ao Largo Camões.